quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A importância das escolinhas de esporte.

            Vou começar parafraseando o que o jogador Pelé disse ao completar seu milésimo gol, “vamos dar mais atenção as crianças, pois elas são o futuro do nosso país.” Hoje não somente nosso país como o mundo precisa de uma integração social que não seja vinculado a um fardo capitalista, com a globalização intensificada pelo uso da internet, acabamos por dar menos importância a uma ferramenta de socialização e educação tão importante quanto qualquer outra, que é o esporte em suas categorias bases(escolinhas). Para Norbert Elias e Eric Dunning, o esporte, e o lazer, uma vez que o primeiro está contido na esfera do segundo, parece ter sido ignorado como objeto de reflexão sociológica e de investigação porque é considerado como algo que se encontra situado no lado que se avalia de modo negativo no "complexo dicotômico de sobreposição convencionalmente aceite como, por exemplo, entre os fenômenos de 'trabalho' e 'lazer', 'espírito' e 'corpo', 'seriedade' e 'prazer', 'econômico' e 'não econômico'" (ELIAS, N., DUNNING, 1992, p 17).
            Quando na minha infância tive contato com esporte por incentivo de meus pais, passei por diversas experiências com escolas de esporte. A minha mais antiga foi com a natação, a primeira relação esporte/grupo/competição. Essa experiência foi na escolinha de natação do Macapá esporte clube, onde tinha como professor o Nadilson e o Paulo (Professor de tênis da água Azul), lá fiz amigos que até hoje tenho contato, fiz viagens de competição, e comecei a aprender a socializar, passei também pela piscina olímpica, era como eu chamava na época, hoje tem outro nome, conheci professores excelentes como o Ancelmo(Velho), Eu o temia pelos seus treinos fortes, eu tinha apenas 12 anos. Depois passei pela escolinha de Basquete, com professor Augustinho, onde tive prazer de conhecer Felipe, que quando adulto acabou jogando adulto pelo Corinthias, treinei vôlei e futsal nas escolinhas do Paulo Conrrado, em seguida comecei a jogar tênis de quadra com o professor (e Pai) Abel, nesse momento tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas, que hoje são políticos, advogados, empresários etc. Após o tênis passei ao futebol de campo, na escolinha do Nildo e Samuel, dois ex-jogadores profissionais, a escolinha era no estádio Glicério marques, escolinha que depois foi comandado pelo Professor Miguelzinho (Escolinha de Arte), que foi um verdadeiro mestre para mim e outros alunos, ele não tinha formação acadêmica e nem pedagógica, mas ele era tão bom quanto uma pessoa com formação. Lá conheci vários jogadores que até hoje estão em campo, como Everton, que varias vezes foi destaque nos campeonatos regionais, enfim  eu e outras demais tivemos uma boa experiência com as escolinhas.
            Hoje não vejo mais estes tantos de oportunidades para as crianças, não vejo escolinhas, não vejo mais os professores. Esta fase foi tão importante para mim e para outras pessoas, nos ensinaram a viver em grupo, a competir lealmente, a ter sentimento de ajuda e reciprocidade, a ter responsabilidade ou pelo menos saber o que é. Cito agora o que as autoridades acham das escolinhas como fator social: [...] o desporto é entendido como uma coisa vulgar, uma atividade de lazer orientada para o prazer, que envolve o corpo mais do que a mente, e sem valor econômico. Em conseqüência disso, o desporto não é considerado como um fenômeno que levante problemas sociológicos de significado equivalente aos que habitualmente está associado com os negócios ‘sérios’ da vida econômica e política. (ELIAS, N., DUNNING, 1992, p 17)
           
Veja o que diz o relatório da ONU:
A educação física é um componente essencial da educação de qualidade e uma parte integral da aprendizagem por toda a vida. Negligenciar a educação física reduz a qualidade da educação, com futuros impactos negativos na saúde pública e nos orçamentos da saúde. A educação física é a única matéria no currículo escolar que focaliza especificamente o corpo – seus próprios, assim como os dos outros – e os ajuda a lidar com muitos dos desafios enfrentados por jovens, incluindo o risco do HIV/AIDS e outras doenças sexualmente transmitidas e os perigos do tabaco e das drogas. Oferecer aos alunos a oportunidade de praticar esporte na escola assegura que recebam uma educação completa, que trate do corpo, da mente e do espírito. (RELATÖRIO, 2003, p.18)
                É incrível como a solução foi aplicada e hoje temos um país melhor (não o ideal), um Estado melhor, pelo fato das pessoas que estão comandando hoje, terem passados por estas fases da educação, e o que não podemos deixar de fazer agora é justamente o que foi feito para nós quando criança, pois dependemos disso para o amanha, o Amapá é um povo que precisa desta metodologia de educação, que visa socializar e educar também através do esporte. Veja o beneficio de ter saúde, mente e caráter construído em bases sólidas, é um gigantesco impacto na economia, no convívio social e político, que traria muito retorno a longo prazo, como diminuição de índices de ocorrências policiais, menos gastos com saúde, e melhor qualidade de vida. Desta forma poderíamos achar um viés da cultura autodestrutiva que hoje predomina neste Estado, País e no Mundo.
                O esporte é um elo da educação que vai ajudar no transporte do jovem para a fase adulta, vai ajudar nortear o horizonte de cada cidadão, e é justamente isso que as escolinhas de esportes fazem, contribuem imensamente para o desenvolvimento saudável da população, socializa os povos e evita os conflitos com a pratica do lazer, prazer e educação.   

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